segunda-feira, 25 de abril de 2011

ESTA É A SEMANA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, VOCÊ SABIA?


As pessoas precisam entender que as crianças com necessidades especiais não estão doentes. 

Elas não procuram uma cura, apenas aceitação. 

  



                               CRIANÇAS ESPECIAIS - REFLEXÕES 
Quando uma criança nasce com problemas inevitavelmente passa a ser um estranho na família, até que se assimile a situação. Fazer o luto pelo filho ideal significa que todo aquele investimento imaginário em relação a uma pessoa que está a caminho cai por terra! Uma decepção! Neste processo de entender que aquela criança não atenderá o desejo dos pais e familiares é que se estruturam fantasmas. É preciso refazer a vida acolhendo este novo ser. O problema não é exatamente ser deficiente ou ter alguma síndrome, mas sim a fantasmática que se constrói em torno disto.

No entanto as crianças especiais a exemplo das que possuem síndrome de Down, ou com retardo mental são crianças amáveis e que possuem um lugar definido na sociedade, nas adaptações curriculares, na cultura em geral. À parte o preconceito de alguns, não há mistério em trabalhar e incluí-los, já que há um número imenso de técnicos e técnicas capazes de orientar os familiares e acolher estes pequenos. Assim, as síndromes não apresentam maiores problemas além da lentidão na aprendizagem e de serem crianças diferentes, uma vez que possuem um lugar definido na cultura. A dificuldade maior, segundo estudiosos do assunto, é quando estas crianças apresentam uma psicose associada ao problema genético.



 
A criança que apresenta psicose possui atitudes radicalmente diferentes associadas a uma incontrolável agressividade. Diante destes quadros, equipes de profissionais e pais caem numa perplexidade paralisante. Se já é difícil elaborar um luto de um filho ideal, pior ainda quando a elaboração do mesmo fica interditada por alguma razão. Inúmeras vezes, os pais prostrados diante dos diagnósticos catastróficos, ficam impedidos de elaborar o luto do filho idealizado, de aceitá-lo como ele é , e então sem poder falar do afeto, estabelece-se a psicose. O caos familiar se instala!.Quantas famílias se desestruturam neste momento! O sentimento de fracasso e impotência impedem o acesso afetivo ao filho deficiente e vice-versa. Construída a fantasmática aterrorizante e persecutória, o mundo parece pesado demais !



 
É comum na nossa cultura valorizar os técnicos e o diagnóstico, dando um peso exagerado a isto e desvalorizando os pais enquanto seres humanos. Os pais passam a ser pais de manual. Perdem a capacidade de acessar os sentimentos e deixar circular o amor entre eles e o filho que nasceu com dificuldades. Assim, faz parte da luta pensar em quais são os efeitos nos pais em relação ao confronto constante com uma realidade que ao mesmo tempo atordoa e surpreende? Quais os efeitos na criança do olhar que por vezes denuncia os sentimentos dos adultos? O que significa mesmo a inclusão? A inclusão na vida deve obedecer a lei fundamental da alteridade ou seja, deve assegurar o direito que regulariza a convivência das diferenças.

Não se pode perder as possibilidades de criar alternativas para incluir este sujeito que impõe a diferença por si só. Abrir espaço dentro de nós mesmos para entender e aceitar! Aí está a verdadeira inclusão: dentro do coração!

Dra. Magda Mello

Supervisora do Núcleo de Estudos Sigmund Freud





A verdadeira inclusão está dentro do coração...


Dê Toledo

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