Quando os
cães apresentam ansiedade de separação, eles estão antecipando o sofrimento de
ficar longe de seu(s) dono(s), que vem acompanhado pelo medo de que coisas
péssimas aconteçam enquanto estão sozinhos. Cães com essa
condição costumam ficar muito agitados quando percebem que o dono está
para sair, latem ou choram para chamarem a atenção, seguem o dono pela casa
inteira e às vezes até começam a tremer e puxar pelas roupas dos humanos para
“convencê-los” a ficar.
Por vezes
os cães também vão ao outro extremo: em vez de se agitarem, deixam de
demonstrar quaisquer reações. Ficam prostrados e não atendem a chamados ou
movimentos, em estado quase catatônico. Esse estado de “paralisia” pode
perdurar por todo o período em que o peludo fica sozinho.
O QUE FAZER?
Comece
sabendo que muito de como o cão vai aprender a lidar com a solidão eventual
depende de você. Desde quando você dá sinais de sair até o momento em que você
chega em casa, a forma como você age e reage às coisas que ele faz é que vai
mostrá-lo como deve se comportar na sua ausência.
ANTES DE SAIR
Uma boa
tática para fazê-lo ficar mais calmo na hora que você está saindo sem ele é,
antes, fazê-lo gastar energia. Brinque bastante ou dê uma volta com ele, assim
ele estará mais cansado quando você estiver saindo. Ele vai estar mais propenso
a usar uma parte do tempo sozinho para comer, beber água e cochilar.
NO MOMENTO DE SAIR
Não dê
muita atenção ao cãozinho – na verdade, você pode ignorá-lo nos 15 minutos
que antecedem a saída. Pode parecer uma atitude cruel, mas é melhor fazer isso
do que aquelas despedidas muito longas. Essas despedidas mostram ao peludo que
você está sofrendo por ter de deixá-lo sozinho – e se você está sofrendo,
ele acredita que também vai sofrer quando estiver sozinho. Afaste as tentativas
dele de chamar sua atenção, e use os comandos de sentar e ficar para reforçar
que está tudo bem.
Técnicas para acostumá-lo à saída
1. Tente fazer “saídas de teste”. Elas consistem em saídas bem
curtas que servem apenas para mostrar ao cão que você vai voltar depois que
sair de casa. Comece saindo por pouco tempo (uns cinco minutos já está bom), e
vá aumentando essa pausa aos poucos, alguns minutos por dia.
2. Nessa
mesma linha, faça outro experimento: troque de roupa, coloque os sapatos, pegue
as chaves… E fique em casa! Depois de um tempo, desfaça tudo e continue agindo
como se nada de diferente estivesse acontecendo.
3. Pense
em mudar a sua rotina de saída. Se você costuma fazer as coisas em uma
determinada ordem, como colocar o casaco, depois pegar a bolsa e as chaves,
mude a ordem dessas ações. Deixe o máximo de coisas já prontas (por exemplo,
deixe as chaves dentro da bolsa para não fazerem barulho), isso vai deixar o
cão menos atento ao momento de saída.
Xô, tédio!
Deixe uma boa variedade brinquedos e atividades disponíveis para que ele tenha várias distrações (ossos, petiscos escondidos pelo ambiente, brinquedos diversos). Brinquedos que envolvem comida são uma boa arma contra o estresse. Ao invés de servir a comida no pote habitual, use um daqueles brinquedos que liberam a comida lentamente, assim enquanto o cachorro se alimenta, ele também se distrai. Um cão ocupado tem menos tendência a fazer bagunça, destruir coisas que não deveria, e se sentir mal enquanto fica sozinho em casa.
Deixe uma boa variedade brinquedos e atividades disponíveis para que ele tenha várias distrações (ossos, petiscos escondidos pelo ambiente, brinquedos diversos). Brinquedos que envolvem comida são uma boa arma contra o estresse. Ao invés de servir a comida no pote habitual, use um daqueles brinquedos que liberam a comida lentamente, assim enquanto o cachorro se alimenta, ele também se distrai. Um cão ocupado tem menos tendência a fazer bagunça, destruir coisas que não deveria, e se sentir mal enquanto fica sozinho em casa.
Também tente deixar
as áreas a que ele terá acesso o mais livres possível de eventuais de
acidentes, assim você evita traumas tentando prevenir os acidentes mais óbvios.
Por exemplo, se você deixar muitos objetos em cima da mesa, o cão pode dar um
jeito de derrubá-los. Ele vai ficar assustado e vai associar aquele momento de
medo a ficar sozinho.
NA SUA CHEGADA
É importante que quando você chegar não
faça “festa” para o cão, pelo mesmo motivo de não dar atenção a ele na hora de
sair. Pode fazer contato visual com o cão, mas não fique interagindo demais com
ele. Se ele tiver feito bagunça e você chegar com agitação e dando bronca, ele
vai interpretar isso como um reforço positivo (já que você está dando atenção a
ele) e ele sempre vai repetir a bagunça quando sozinho.
Se você chegar calmo e sem alarde, ele vai
aprender que ficar só é apenas mais uma parte da rotina, e que por isso ele não
precisa ficar agitado. Apenas o cumprimente e agrade quando ele estiver
completamente calmo.
O QUE FAZER SE NADA DISSO DEU CERTO?
Esses são treinos e atitudes que você pode
adotar para melhorar o tempo que seu cãozinho fica sozinho em casa. Se nada
disso der certo e ele continuar tendo comportamentos ruins – ou até
mesmo piores que antes – encontre um especialista em comportamento
animal que acompanhe de perto o processo para ajudar você e o peludo.
Fazer vídeos para observar o
comportamento do cão nos primeiros minutos da separação é muito útil para esse
diagnóstico. Vários profissionais fazem uso dessa técnica para entender o que
acontece exatamente na ausência do dono e por quanto tempo, para assim escolher
o melhor método de correção.
Casos mais sérios precisam ser tratados com
cautela, e por isso ter um especialista em comportamento animal acompanhando o
processo é imprescindível. Em algumas situações há a necessidade de tratamento
também com medicações – e nesses casos um veterinário especialista em
comportamento animal é essencial.
A IMPORTÂNCIA DO ADESTRAMENTO
O ideal é que o condicionamento do peludo comece
junto ao momento em que a relação de vocês começa. Faça companhia a ele, mas
sempre permita que ele realize certas tarefas sem você. Deixe, por exemplo, que
ele se acostume a comer sozinho em um cômodo, ou que ele se distraia com um
brinquedo sem precisar que você participe da brincadeira. Quando ele aprende
que consegue fazer essas coisas sozinho, ele conseguirá fazê-las quando você se
ausentar. Esse é o treinamento que vai evitar que ele fique “paralisado” quando
ninguém estiver em casa além dele.
Também é recomendável que você o ensine
pelo menos os comandos básicos: sentar, deitar e ficar. Assim você pode usá-los
quando estiver se preparando para sair e ele já perceber essa movimentação
diferente. Esse treino gradual vai fazer o peludo perceber que, quando você o
manda sentar, logo vai voltar a aparecer. A longo prazo ele entenderá que tudo
bem ficar sozinho, você vai voltar para ele.
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